No início da semana, a geopolítica continua em foco. O encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca, apesar da ausência de grandes avanços, ajudou a reduzir os riscos geopolíticos e sustentou o sentimento geral de apetite por risco. Trump afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderia, se quisesse, encerrar praticamente de imediato o conflito com a Rússia. A próxima reunião bilateral entre Trump e Zelensky, seguida posteriormente pela participação de líderes europeus em negociações mais amplas, reforça as esperanças de progresso na resolução do conflito.

Esses desdobramentos pressionam os ativos de refúgio, levando, em particular, à venda do iene japonês. A incerteza política interna no Japão, após a derrota do Partido Liberal Democrata nas eleições para a câmara alta, bem como as preocupações com os efeitos econômicos negativos das tarifas norte-americanas, criam obstáculos adicionais para uma alta iminente das taxas pelo Banco do Japão.

Ainda assim, os dados divulgados na sexta-feira mostraram que a economia japonesa cresceu acima do esperado no segundo trimestre, apesar dos ventos contrários internos e externos. Esse crescimento, aliado à revisão para cima da previsão de inflação pelo Banco do Japão, mantém viva a possibilidade de aumentos de juros antes do fim do ano. De modo geral, a situação permanece tensa, mas indicadores macroeconômicos sólidos e a redução das tensões geopolíticas fornecem base para possíveis ajustes na política monetária do BoJ em um futuro próximo.

Ao mesmo tempo, os mercados precificam cerca de 85% de probabilidade de que a Reserva Federal corte as taxas de juros em sua reunião de setembro. Além disso, as expectativas indicam que o banco central dos EUA realizará pelo menos dois cortes de 25 pontos-base em 2025.

Por ora, recomenda-se que os traders evitem abrir posições agressivas e aguardem a divulgação da ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) na quarta-feira. O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, servirá como sinal de possíveis cortes de juros, dando ao par USD/JPY um impulso direcional.

Do ponto de vista técnico, os osciladores no gráfico diário mostram sinais mistos, enquanto o Índice de Força Relativa (RSI) permanece negativo, indicando que o par carece de força para subir. O USD/JPY encontrou suporte na média móvel simples de 100 dias (SMA), próximo ao nível psicológico de 147,00. Uma quebra abaixo desse patamar deixaria os compradores sem força. No entanto, um movimento acima do nível psicológico de 148,00 abriria rapidamente o caminho para 148,50, com o par provavelmente testando o nível psicológico de 149,00.